O PODER DAS PALAVRAS
Nas tradições indígenas e africanas, a circularidade e a sacralidade da palavra são dádivas divinas para os seres humanos. Palavras escritas ou ditas por meio de ancestrais são a prova da confiança nas mais complexas formas de criação da vida e de suas conexões com a divindade.
Tierno Bokar (1875-1940), sábio malinense que via na tolerância a única possibilidade de sobrevivência do ser humano, afirmou que “a escrita é uma coisa, e o saber, outra”. Para ele, sempre existiu uma diferença profunda entre as palavras “escrita” e falada”: “À escrita é a fotografia do saber, mas não o saber em si. O saber é uma luz que existe no homem. A herança de tudo aquilo que nossos ancestrais vieram a conhecer e que se encontra latente em tudo o que nos transmitiram, assim, como o baobá já existe em potencial em sua semente”.

Desconsiderados como importantes dentro do contexto da política colonizadora imposta pelos Europeus à partir do século XV no Brasil, os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas e afro-brasileiros compõem a importante e qualificada guarda de nossa ancestralidade afro-ameríndia. Embora sejam permeados de memórias e histórias, por vezes difíceis de comprovar justamente devido a ausência de registros escritos, trazem consigo contextos transgeracionais extremamente válidos para manter nossas conexões com os saberes dos herdeiros afro-ameríndios.
Atualmente, a transmissão dos saberes ancestrais se mantém viva e dinâmica graças aos ensinamentos guardados por Mestras e Mestres que se espalham pelo país afora. São eles quem mantém naturalmente as práticas de relação em comunidade transmitindo suas tradições de forma criativa.

ANDANÇAS COM OS MESTRES
Mestre Lumumba é um dos detentores e mantenedores dos saberes tradicionais e ancestrais afro-ameríndios que lhes foram legados por outros Mestres que encontrou em sua caminhada. Dentre eles, foi Mestre Didi (sacerdote do culto dos ancestrais, conhecedor de línguas africanas, construtor e tocador de tambores, conhecedor de ritmos e canções ancestrais, artista e escritor), que lhe abriu a percepção para o universo místico dos tambores Ilú. A partir deste encontro, iniciou-se na Irmandade dos Tambores Ilú, aprendendo o saber tradicional de sua fabricação e conhecendo sua sonoridade e história.

O saber que Mestre Lumumba resguarda é precioso e raro nos dias atuais: o ofício de confecção de tambores ancestrais é específico e somente ensinado de Mestre para aprendizes.
As oficinas ministradas pelo Mestre tem como objetivo básico promover e difundir, através de um processo educativo, os saberes envolvidos na construção e toque de instrumentos percussivos e da vivência dos ritmos e cantos ligados ao universo da cultura afro-ameríndia, missão assumida por ele desde o início de sua formação.
Com duração de mínima de 12 horas, Mestre Lumumba passa conhecimentos relativos à construção artesanal e ao toque de tambores perpassando por cantos étnicos ancestrais que aprendeu em sua caminha de mais de 50 anos de carreira na música e na lutheria.

PRÓXIMAS DATAS (PÓS-PANDEMIA):
Encontros estacionais litorâneos com Mestre Lumumba + convidadas/os
Cantos étnicos + Construção e toque de tambores afro-ameríndios
Ao longo de 2021, se assim nos for permitido, Mestre Lumumba levará suas vivências e aprendizados para o litoral sul de São Paulo, mais precisamente para a comunidade caiçara do Boqueirão Sul localizada na cidade de Ilha Comprida (próximo a Cananeia).
Ao todo, serão quatro encontros distribuídos pelas estações do ano em datas ainda a definir, pois aguardarmos
Mais informações entre em contato nos números abaixo.
Quer levar o Mestre para uma oficina/vivência na sua cidade?
Entre em contato conosco: (11) 98530-4910 ou (13) 98102-9918 / lumumba.tambores@gmail.com